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Gabriella Dias com o pôster do jogo Psikodelya - Foto de Camila Couto |
A empresária e desenvolvedora de jogos, Heidy Motta, trabalha há um tempo com jogos independentes nas empresas em que é co-fundadora, Mini Boss e Extremely OK Games. Ela explica algumas das dificuldades em criar games independentes, além da questão financeira. "Em times independentes é difícil se ter uma divisão muito clara de qual é a sua função, porque você acaba precisando fazer e saber um pouco de tudo, o que é ótimo pra entender que o produto final será um trabalho seu também, mas que pode ficar confuso e, se não organizar as tarefas direito, pode atrapalhar o foco."
Os jogos independentes, também conhecidos como jogos indie, são games produzidos de modo autônoma, sem o recebimento de apoio financeiro de uma empresa externa (patrocínio). Além da questão financeira algumas pessoas do cenário consideram um jogo indie se ele possui novas mecânicas de jogabilidade e elementos inéditos.
Heidy também explica que outra dificuldade que ela e os sócios tiveram foi no aprendizado de montar um empreendimento de jogos independentes. "Não achava muito conteúdo falando sobre como cuidar da parte financeira e administrativa, no geral, de um estúdio independente de jogos. Então, tive que perguntar pra muitas pessoas, e ainda pergunto sobre outras áreas, para entender melhor o que fazer."
A co-criadora do jogo "Psikodelya", Gabriella Dias, demonstra que a maior dificuldade que ela e o sócio tiveram foi o financeiro. “Assim, o financeiro sempre pesa. Porque é uma das coisas que a gente mais precisa, senão a gente não consegue fazer." Esse é um dos maiores problemas para quem trabalha com jogos independentes, a falta de apoio de investidores pode acabar atrapalhando a produção e resultado final do game. “Pois o público brasileiro está começando a acreditar na força do jogo independente, mas ainda tem uma parcela que não acredita que seja um jogo que dá para investir.”
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Entrega das premiações do "The Game Awards" - Arquivo pessoal de Heidy Motta |
Gabriella ainda ressalta a importância do incentivo nacional para a produção dos jogos eletrônicos. "Por isso, eu acredito que se tivesse mais indústrias aqui no Brasil que você tivesse a possibilidade de fazer estágios ou investisse em jogos independentes seria incrível, pois tem muito potencial, e se duas pessoas sozinhas conseguiram fazer um jogo sozinhas então se acreditarem nelas viram coisas muito maiores.” Dessa forma, todos seriam beneficiados, as empresas lucrariam com a venda dos games e os desenvolvedores teriam seu trabalho reconhecido como merecem. Além de ter mais jogos para as pessoas se divertirem.
Marcela Versiani começou a investir na carreira de jogos aqui no Brasil e agora atua como Lead Artist na empresa de games da Alemanha, a Bigpoint. No caso dos jogos que ela já ajudou a colocar no mercado a maior dificuldade foi como colocá-los no mercado de jogos, se eles serão “free to play” ou será pago, pois isso influencia na forma em que esse jogo é produzido. “Isso requer muito trabalho pois influencia no game design, no balanceamento do jogo, tem que fazer todo um planejamento de negócio do jogo. E quando você trabalha em uma empresa é necessário que seja aprovado o business plan desse jogo e seja dado um orçamento viável para fazer ele.” Isso mostra que tanto o desenvolvimento de jogos indie quanto o jogos feitos por empresas possuem dificuldades e a questão financeira sempre é um ponto muito importante na criação de um jogo.
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